terça-feira, agosto 2

É ela

É mansa ela. E fala assim, com uma calma, assim, mexendo as mãos como quem veleja um barco pequeno e invisível no ar e acalma também e dá norte, e dá vento, dá âncora em mares revoltos.
É de praia ela. Por isso seu abraço tem cheiro de mar e o sol da ponta dos dedos dela é morno e não se sabe ao certo se aquece ou manda beijo.
É linda ela. E anda feito sereia que perdeu a calda e corre com pressa nadando pra resolver os problemas que tem no continente.
É uma menina ela. Brincando de castelos de areia, improváveis navios de fadas ursas piratas e o oceano que engole o abismo do obscuro da vida revolve a areia enquanto ondas beijam seus pés numa praia bem grande e só dela.
É carioca ela. E se entrega mansamente às mãos do mar e afoga o que não é bom, pra depois voltar a cada lua minguante.

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