Um amarelecer de sorrisos há muito tempo esquecidos no varal das boas recordações. Um despontar de pétalas em prelúdio de coisas quase mortas. Um fim de beijo mordendo a outra boca, deixando devagar o outro lábio. Talvez nossas mãos se soltem como você sempre dizia. Talvez. E nossos dedos se desprendam sem que a gente perceba. Talvez. Talvez sejamos os últimos a saber que já acabou e andamos léguas sem notar a ausência um do outro. Pode ser que você estivesse certa e o fim chegue igual você previa. Pode ser. Mas quem sabe se, na melhor das hipóteses, ainda lá longe descubras que a mão sobre o teu peito é a minha mão e que teus olhos se abrem com meus sonhos. Aí talvez a gente volte pra se procurar, antes que o nosso amor morra como morrem os besouros, imperceptivelmente, numa queda que é quase um pouso.
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