terça-feira, novembro 29

Ferida

Te sinto em minha pele como uma ferida que a mão não consegue alcançar e estico os dedos tentando tocar uma parte inatingível das minhas costas, tentando limpar o sangue, tentando apertar a ferida, tentando alisar a carne, mas não consigo. Te sinto ainda lá longe, numa parte de mim que eu não sei exatamente onde fica e reclamo da dor sem saber explicar onde dói. Te sinto doer em um lugar aqui perto e passo a mão por onde já foi teu, pois quem sabe esqueceste por ali um beijo que se tornou um corpo estranho no meu tão ausente do teu abraço. Então aperto os olhos feito menino novo com febre e espero triste pelo bálsamo da tua língua que se diz indigna da minha boca. Te sinto alívio e dormência, pois teu amor ora é sopro na nunca, ora é facada no ombro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário