terça-feira, março 6

A girar, maravilha

Achei que nunca mais fosse voar daquele jeito. Duvidei que me fosse presenteado mais uma vez o dom de ser transportado delicadamente de um plano a outro feito um besouro que nem sente as asas baterem e sai por aí até se dar conta de que chão e céu não têm a mínima diferença - ambos estão longe, muito longe. Jurei que não dava mais pra voar como fiz naquela noite, numa esquina escura, lugar menos provável, que nem ao menos era uma pista de pouso. Mas me foi concedida licença pra flutuar, contra todas as possibilidades, alçar voo, contra todos os planos, levitar, contra todos os projetos, suspender. Num beijo, desmanchar no ar.

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